<div dir="ltr"><div class="gmail_extra"><div class="gmail_quote">2016-04-24 10:16 GMT-03:00 Ryan Padilha <span dir="ltr"><<a href="mailto:ryan.padilha@gmail.com" target="_blank">ryan.padilha@gmail.com</a>></span>:<br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0px 0px 0px 0.8ex;border-left:1px solid rgb(204,204,204);padding-left:1ex"><div dir="ltr">Muito boa a idéia!<div><br></div><div>Caramba, poderíamos trazer a discussão para o LHC, sobre como tornar a nossa comunidade mais sustentável.</div><div>O que me dizem ?</div></div>
</blockquote></div><br><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Cara, a idéia é espetacular, mas... Não é nova, muita gente tem tentado, e apesar de os "big boys" terem um histórico de trabalharem com monopólio dos meios de produção, nesse caso específico acredito que é uma batalha muito mais difícil do que parece à primeira vista, muitíssimo mais difícil que esse vídeo faz parecer. Tem um monte de empecilhos, um monte de problemas de logística, e a indústria tenta reciclar plásticos há décadas com máquinas uma ordem de grandeza mais sofisticadas que as que aparecem no vídeo. Na realidade, praticamente toda reciclagem de plástico que acontece hoje no mundo não compensa financeiramente (acontece à custa de subsídios) e gera uma "pegada de carbono" e custos maiores que extrair o plástico em primeiro lugar.<br><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Por exemplo, o plástico "HDPE" (polietileno de alta densidade, ou PEAD) mostrado no vídeo é um plástico muito usado para invólucros de bebida e comida (é o plástico dos garrafões de leite dos EUA), mas a reciclagem insere impurezas que podem destruir essa propriedade dele de ser seguro pra comida, além do que, como a maioria dos termoplásticos derivados de petróleo, ele tem propriedades gradativamente pioradas cada vez que é derretido (fica quebradiço, frágil, irregular).<br><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Isso se reflete até no mercado de massa, você já viu alguém vendendo filamento de HDPE? A princípio deveriam porque ele é derretível nas temperaturas que nossas impressoras 3D funcionam. Eu tenho um quilo de HDPE que comprei de um vendedor do mercadolivre que extrusa qualquer plástico que você queira, segue foto:<br><br><img src="cid:ii_ineqcrxt0_15448e35cfd94c6c" height="565" width="424"><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Mas eu poderei fazer com a filamentadora (extrusionbot) quando acabar de montar<br><img src="cid:ii_ineqfhv61_15448e54eb3cf461" height="565" width="424"><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Claro, um plástico desses na prática pra gerar objetos úteis numa impressora 3D precisa ter suas camadas suavizadas por um solvente, comprado com permissão da polícia federal<br><img src="cid:ii_ineqh8lh2_15448e688b1ec70d" height="565" width="424"><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">E mesmo assim ele é tão difícil de usar na impressora 3D que os vendedores de filamento não o comercializam (tem boa aderência entre camadas, mas sofre um warp imenso e não gruda direito na mesa).<br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)"><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">O moedor de plástico mostrado no vídeo é muito legal, existe até um projeto no thingiverse que poderia ser utilizado além das instruções a serem disponibilizadas no site, que é o compost shredder (bastaria apenas trocar as engrenagens de plástico por de aço): <a href="http://www.thingiverse.com/thing:356580">http://www.thingiverse.com/thing:356580</a> - mas o que não é falado é que esse tipo de moedor desgasta muito facilmente, essas mesmas engrenagens quebram com facilidade e têm que ser trocadas a cada semana, às vezes menos até.<br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)"><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">No Brasil já temos filamentadora sendo vendida, além do mercadolivre a 3dgraf também tem: <a href="http://3dgraf.com.br/artigos/produtos/materiais/filamentos/item/16-filastruder-kit-2-0">http://3dgraf.com.br/artigos/produtos/materiais/filamentos/item/16-filastruder-kit-2-0</a><br><br></div><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Essas dificuldades do HDPE não são exclusivas dele, de fato o HDPE talvez seja um dos melhores plásticos pra reciclar. Mas cada qual deles tem as suas, e muitos dos plásticos que usamos não são termoplásticos, são termosets, ou seja, só podem ser derretidos uma única vez, não são reaproveitáveis. E mesmo os que são oferecem empecilhos. Por exemplo, o PET das garrafas plásticas é amorfo, e quando é derretido cristaliza muito facilmente, tornando-se quebradiço e se rompendo espontaneamente. Na reciclagem industrial é usado um choque térmico pra evitar isso mas em impressoras 3D não dá pra fazer, então pra se fazer filamento de PET usa-se um processo bem caro que é acrescentar glicol - vira PET Glicol ou PETG, que esse sim pode ser usado como filamento.</div><br><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">O que eu quero dizer com essa mensagem toda descoordenada não é uma mensagem desencorajadora, por favor, nunca, eu sou mais favorável do que qualquer um que façamos isso e acho que dá pra perceber pelo material que tenho acumulado e testado aqui no meu laboratório, mas eu quero passar uma perspectiva realista de que o desafio é gigantesco e pelo menos em alguns casos, pode até ser factível tecnicamente, mas sem que os custos compensem.<br></div><br><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Existem ainda três outros desafios que são (1) identificar o tipo de plástico usado em um produto (o que pode ser bem difícil), (2) como lidar com plásticos de tipos misturados (a mistura os torna geralmente impróprios pra reaproveitamento) e (3) como lidar com os pigmentos adicionados ao material (tenta-se clareá-lo? purificá-lo quimicamente sairia caríssimo).<br></div><br><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">Uma coisa que a gente poderia tentar talvez seria entrar em contato com pequenas empresas que já tentam o caminho da reciclagem. Uma que eu conheço aqui no Brasil é a <a href="http://www.printgreen3d.com.br/">printgreen3d</a>. Talvez terceirizar isso saia mais fácil. E com o tempo peguemos informações de como eles fazem (o Willian Lima da Printgreen3D é muito gente boa e de vez em quando me manda alguns dos seus filamentos pra testar, até PVC dele já testei e entupiu meu nozzle 3 vezes, haha).<br></div><br clear="all"><div class="gmail_default" style="font-family:verdana,sans-serif;color:rgb(53,28,117)">O que acham? Desculpem o tom negativo</div><br>-- <br><div class="gmail_signature"><div dir="ltr"><div>Cláudio "Patola" Sampaio<br>MakerLinux Labs - Campinas, SP<br></div><div><a href="mailto:patola@gmail.com" target="_blank">Gmail</a> - <a href="mailto:patola@techtraining.eng.br" target="_blank">Mail EAD</a> - <a href="mailto:patola@makerlinux.com.br" target="_blank">MakerLinux</a> - <a href="https://www.youtube.com/user/makerlinux" target="_blank">YOUTUBE</a>!<br><a href="https://www.facebook.com/patolinux" target="_blank">Facebook</a> - <a href="https://www.facebook.com/makerlinux" target="_blank">Facebook da MakerLinux</a> -<a href="http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763932Z5" target="_blank"> Lattes</a><br></div></div></div>
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