[LHC] [SJC HackerClube] [Fora do Assunto] Estamos à beira de mais um colapso de civilizações?

Markos markos at c2o.pro.br
Fri Apr 12 09:45:49 PDT 2019


Amigo Mauro & Demais Amigos & Amigas,


Mais uma vez obrigado por compartilhar suas sábias considerações.


Gostaria de aproveitar a oportunidade do tema para compartilhar também 
as minhas humildes considerações.


Não vou comentar questões pontuais, mas apenas olhar a questão de forma 
geral.


Primeiro me permita esclarecer algunss "conceitos" para tentar me fazer 
entender com mais clareza.


Tenho procurado evitar usar os adjetivos de "certo" ou "errado" para 
classificar atitudes e situações.


São classificações que carregam muita "subjetividade".


Mas olhar apenas as "ações" (ou atitudes) e suas "consequências" (ou 
resultados).


E avaliar as "atitudes" com base nas suas respectivas "consequências".


E o que é a história senão uma sucessão infindável de "atitudes" e 
"consequências" que se interconectam em uma rede complexa?


Para avaliar as consequências, vou usar como critério o seu potencial 
gerador de "sofrimento".


E portanto, um objetivo consensual entre os seres humanos seria, de 
forma bem simplificada, identificar as atitudes que geram consequências, 
que por sua vez geram prazer e não sofrimento.


Afinal, a maioria das pessoas busca o "prazer" e foge do "sofrimento".


(A não ser aquelas que sofrem de uma psicopatologia chamada "masoquismo".)


E como "prazer" vamos nos restringir à "satisfação das necessidades mais 
básicas do ser humano" tais como: sede (água), fome (alimentos) e abrigo 
seguro.


Sofrimento portanto seria a falta desses elementos básicos (água, comida 
e abrigo).


A pergunta que podemos fazer agora é:


A sociedade global está no caminho de garantir no curto, médio e longo 
prazo as condições necessárias para a satisfação dessas necessidades 
básicas, sem deixar ninguém para trás?


Quando falamos de futuro estamos tratando das probabilidades de 
diferentes cenários.


Mas um elemento muito importante para subsidiar a construção de cenários 
é a análise do passado.


E o que o passado nos mostra?


Nos mostra a ascenção e queda de inúmeras civilizações, pelos mais 
diversos motivos.


Civilizações desapareceram dando lugar a outras.


Saímos do Império Romano com avanços no planejamento ubano e no 
saneamento e caímos em uma Idade Média com os seus burgos infectos.


Ou seja, são ciclos de avanços e retrocessos em vários setores.


Não vou entrar no mérito se isso é "bom" ou "ruim".


Mas é simplesmente o "caminho que escolhemos seguir" até aqui.


E por que a civilização atual estaria "imune" aos diversos processos de 
"transição disruptiva"?

Por que a situação seria tão diferentes nos dias de hoje?

Se temos ferramentas tecnológicas mais poderosas, também estamos 
atravessando transformações ambientais mais profundas.

Também não vou discutir aqui a nossa cota de responsabilidade nessas 
transformações ambientais para não "gerar polêmica". :-)

Por isso gostaria de lembrar do "Princípio da Precaução":

"...
Em termos ambientais, surgiu na Convenção sobre Diversidade Biológica 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_sobre_Diversidade_Biol%C3%B3gica>. 

A sua aplicação na área do ambiente prende-se sobretudo em precaver 
possíveis efeitos nefastos e irrecuperáveis, causados por ações que 
embora possam não estar cientifica e empiricamente 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo> provados que originem 
implicitamente esses danos, por precaução, não havendo comprovação de 
impactes negativos, a acção não deve ter lugar.
..."

(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_da_precau%C3%A7%C3%A3o)

E por último, concordo que existem os "profetas do apocalipse" (ou 
catastróficos de plantão), viciados no pessimismo.

Mas não devemos esquecer, por outro lado, a importância daqueles que, 
com a sua capacidade de observação e análise, nos trazem alertas e 
avisos para "agirmos" ou "mudarmos de atitude" e evitarmos, ou pelo 
menos mitigarmos, as consequências que geram sofrimento.

E se muitas dessas consequências negativas não se materializam, não 
significa que estavam errados, mas que seguimos, consciente ou 
inconscientemente, os seus conselhos e fomos poupados de um "sofrimento 
desnecessário".

Concordo com você, de que vamos chegar em algum "lugar no futuro" com 
menos sofrimento.

Mas acredito, pelo menos no que tange à nossa relação com o Planeta, que 
ainda não estamos seguindo o "caminho mais difícil" porém "mais seguro" 
nessa direção, mas sim escolhendo o "caminho mais fácil" (ladeira 
abaixo) com grandes riscos de atravessarmos um "vale de lágrimas" antes 
de chegarmos a essa sonhada "Terra prometida".

Um Abraço,
Markos
*
**PS: A Natureza, para ser comandada, precisa ser obedecida*;

Francis Bacon (1561-1626), "Novum Organum" (1620), Livro I, Aforismo 3

Dica:
Conversa Sobre o Sistema Terra (Carlos Nobre)
http://www.iea.usp.br/midiateca/video/videos-2018/conversa-sobre-o-sistema-terra




Em 11-04-2019 09:20, Mauro Assis escreveu:
> Amigo Markos/demais,
>
> Acho que o sujeito escreveu 12 volumes de rematadas bobagens, que 
> ninguém refuta porque só lerão os convertidos. Como o texto se propõe 
> a comentar a obra, comento o comentário.
>
> Profecia do apocalipse é um gênero da literatura ficcional que dá 
> muito dinheiro. Aí...
>
> Lembram do Malthus? Aconteceu o que ele previa? E dos catastrofistas 
> atômicos, que criaram até um Relógio do Apocalipse, que marca quanto 
> tempo falta pra que o mundo seja explodido, quando na realidade hoje 
> existem *menos de 5% das bombas atômicas* que já existiram um dia. 
> "Ah, mas elas ainda destruiriam o mundo mil vezes!". Sim, é verdade, 
> mas tb é verdade que se estão sendo desativadas é porque ninguém mais 
> acredita nelas, e nunca mais depois de Hiroshima/Nagasaki a gente 
> recorreu a elas.
>
> Esse texto aí tem um monte de forçação de barra. Vou mostrar só duas:
>
> 1) Conheço razoavelmente bem a história do Império Romano. Associar 
> seu colapso a uma seca é um atentado à inteligência! *Nunca* li nenhum 
> historiador que associasse nem de passagem "mudança climática" à queda 
> do Império, minimamente que fosse. Mas como o assunto tá na moda, aí 
> ele sai enfiando em tudo que é colapso civilizacional que aconteceu, e 
> os romanos não podiam ser deixados de fora...
>
> 2) Como outro assunto da moda é a tal "desigualdatchi", lá vem ele 
> enfiando isso de novo História afora... na realidade,*nunca fomos tão 
> iguais* como hoje, se vc considerar que a imensa maioria dos 
> habitantes do globo tem acesso a tudo que precisam para ter uma vida 
> digna.
>
> A miséria absoluta, até a Revolução Industrial (ou seja, até sugir o 
> capitalismo, esse píncaro da maldade humana) era a regra. Hoje, 
> qualquer favelado do Rio de Janeiro *tem condições de ter* uma vida 
> muito melhor que qualquer nobre do mesmo Rio de Janeiro 150 anos 
> atrás. E a maioria tem, e muitos inclusive saem de lá porque *nunca 
> houve tanta mobilidade social* como hoje.
>
>
> *Fatos*: nunca vivemos tanto e com tanta saúde, nunca trabalhamos tão 
> pouco, nunca tivemos tanta "paz mundial", nunca tivemos tanto respeito 
> às diferenças (de gênero, orientação sexual, "racial") como hoje.
>
> Meu ponto: a razão, a ciência e o humanismo nos conduziram e nos 
> conduzirão, *caso mantenhamos os seus princípios*,** cada vez mais a 
> um mundo não de utopia, de igualdade, de ausência de conflitos, mas 
> onde *cada vez mais o sofrimento será fruto de nossas escolhas ruins*, 
> que sempre estarão à disposição, né?
>
> Sou otimista: se importa, a gente resolve. Nos importamos com a AIDS, 
> resolvemos. Nos importamos com a malária (a maior doença incapacitante 
> que existe no planeta hoje), estamos resolvendo e vamos erradicá-la.
>
> Nos importamos com o meio-ambiente e estamos nos dedicando a cuidar 
> dele *como nunca antes na* *história da Humanidade!* A Europa hoje tem 
> mais florestas que há 100 anos atrás, O desmatamento das florestas 
> tropicais ainda acontece mas está caindo (no Brasil caiu 70% em 30 anos!).
>
> Bolsonaro assumiu achando que ia mandar cimentar a Amazônia e nem 
> acabar com o Ministério do Meio Ambiente conseguiu, bicho!
>
> Concluindo: é mais um autor que surfa nessa onda de "um outro mundo é 
> possível". Sim, são infinitas as possibilidades, mas primeiro ele tem 
> que convencer que:
>
> 1) Esse caminho que estamos trilhando é ruim.
>
> 2) Que existe uma alternativa que funcione. Das vezes em que isso foi 
> tentado o que morreu de gente...
>
> [],
>
> *Mauro Assis*
> *
> */Earth System Science Center (CCST)
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